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Ubaitaba: Saiba quem era o diretor de escola que era procurado por homicídio e estelionato

— Crédito: Redes Sociais

O diretor de uma escola pública, preso na terça-feira (27) por homicídio e estelionato, construiu família e carreira em cima de mentiras. De acordo com a Polícia Civil da Bahia, nem a esposa do homem sabia que ele havia forjado uma identidade.

Ex-policial militar, Élio Camilo morava há pelo menos 13 anos em Ubaitaba, no sul da Bahia, e se apresentava como Geraldo Dantas Silva. Com essa nova identidade, ele prestou concursos públicos, se casou e registrou os dois filhos.

O homem de 56 anos foi autuado também em flagrante pelo uso de documentos falsos. Ainda na terça, ele foi transferido para o Conjunto Penal de Itabuna.

Veja abaixo o que se sabe sobre os crimes:

Carreira

Élio foi aprovado em pelo menos dois concursos para professor — nas cidades de Maraú e Ubaitaba. A direção do Núcleo Regional de Educação informou que ele era concursado do estado há 13 anos, tendo passado pouco mais de dois anos gerindo o Colégio Estadual Octacílio Manoel Gomes.

A descoberta sobre a verdadeira identidade e a ficha criminal dele gerou comoção na comunidade escolar. As aulas chegaram a ser suspensas, mas já foram retomadas nesta quarta (28).

Em entrevista à TV Santa Cruz, afiliada da TV Bahia na região, alunos destacaram o choque com a notícia. “Foi algo que pegou a gente muito de surpresa, porque ninguém imagina uma situação dessa”, disse o estudante Reinaldo Nogueira.

Maria Clara Damasceno descreveu como “revoltante” a falsa identidade do diretor, que costumava se manter próximo dos jovens. “Ele dialogava com a gente nos intervalos, sempre foi muito próximo da gente e foi um choque muito grande tanto pra mim quanto pra diretoria, para os professores”.

Em nota, a Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC) disse que exonerou o servidor do cargo imediatamente. A decisão foi publicada no Diário Oficial desta quarta-feira (28).

O g1 questionou à pasta quais cargos Élio Camilo ocupou ao longo de sua trajetória como servidor público, mas a SEC disse apenas que abriu um processo para apuração. A gestão do Instituto de Educação de Tempo Integral ficará a cargo do vice-diretor temporariamente.

Passado de crimes

Élio era foragido da Justiça mineira há 15 anos, condenado por dois homicídios ocorridos cerca de 30 anos atrás. A Polícia Civil mineira afirma que ele fugiu em 2009, quando deixou o presídio em uma “saidinha temporária”.

Em meio à fuga, o homem morou em Vilhena, cidade de Rondônia. Por lá, foi acusado também de estelionato, acumulando outro mandado de prisão.

Ao ser capturado no sul da Bahia, ele não ofereceu resistência e disse ter consciência de que um dia poderia ser encontrado. Na ocasião, Élio foi preso também em flagrante por uso de documentos falsos.

A prisão contou com apoio do Setor de Inteligência da Coordenadoria de Operações Estratégicas (COE) da Polícia Civil de Minas Gerais. Policiais da 7ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Ilhéus) também participaram da operação. (G1)


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