“Estava no ônibus, perto de saltar. Um cara me olhou de cima a baixo e disse: ‘nem sei se isso é homem ou mulher’. Ele tentou me empurrar e eu revidei. Foi aí que ele me deu um soco e me jogou com toda a força para fora, quando a porta abriu. Fiquei toda machucada”, lembra Juliana Botelho, 26 anos, que sofreu a agressão em Salvador, quando voltava do trabalho.
O ataque motivado por preconceito e que poderia ter resultado na morte de Juliana, na Bahia, infelizmente, não provoca surpresa. Isso porque, de acordo com dados do Grupo Gay da Bahia (GGB), o estado é o que mais acumulou mortes violentas de pessoas LGBTQIA+ em 2022. Ao todo, foram 27 casos, o que representa 10,5% dos casos notificados no país no ano passado. Ou seja, por aqui, cada mês registra uma média de mais de duas mortes por lgbtfobia.
Os números da Bahia superam estados com um quantitativo populacional três vezes maior, como São Paulo, que teve 25 mortes e fica em segundo lugar no indesejado ranking. Pernambuco, com 20 mortes violentas, fica em terceiro e é seguido por Minas Gerais, que fechou o ano passado com 18 crimes. Maranhão e Pará tiveram15 registros, cada. *Ler mais no Correio da Bahia.