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UN entrevista a prefeita eleita Siméia Queiroz

Siméia venceu eleições com 4.011 votos (Foto: Ubatã Notícias)

Após entrevistar Marcos Aurélio (PP) e Gracinha Viana (PP), respectivamente prefeitos eleitos de Ibirataia e Maraú, o Ubatã Notícias dá sequência nesta quarta-feira (14) à série de entrevistas com os alcaides eleitos. A entrevista da vez é a de Siméia Queiroz, que venceu o pleito eleitoral com 4.011 votos. Já temos entrevistas agendadas com Ravan Lemos (PSD) e Vera Lúcia (PSC), prefeitos eleitos de Ibirapitanga e Barra do Rocha. Confira a entrevista de Siméia ao UN.

UN – Duas impugnações de candidatura até a substituição de Expedito Rigaud pelo seu nome. Após a vitória, como a senhora analisa todo o processo eleitoral?

SQ – Foi uma campanha difícil e que se tornou emocionante a medida em que o tempo passava. Sofremos perseguições durante a peleja eleitoral, mas a população compreendeu nossa proposta, alicerçada na mudança, no respeito às pessoas, às instituições, à cidade e também ao dinheiro público. Estamos felizes com o resultado e posso garantir que faremos um grande governo, uma grande gestão.

UN – Em meados de julho pesquisa (registrada) do Instituto Gaspareto dava ampla vantagem eleitoral ao até então candidato Expedito Rigaud. Houve a substituição pelo seu nome e a diferença de votos, findada a eleição, foi muito pequena. Quais os principais fatores contribuíram para a mudança de cenário?

SQ – O nome de Expedito [pai da prefeita eleita] teve grande aceitação por se tratar de um homem idôneo, honesto e que inspira confiança. O problema foi que sofremos um desgaste com as impugnações de candidatura e, por conta disso, passamos muito tempo em Salvador tentando resolver a situação. Enquanto isso, a nossa adversária [Rosana] estava em campo, à caça de votos. Mas o povo é sábio e, apesar da pequena diferença de votos, nos deu uma grande vitória no pleito.

UN – O dia da eleição, por sinal, foi muito tenso e alguns eleitores do 40 chegaram a temer a derrota. Em algum momento temeu pelo insucesso nas urnas?

SQ – Não podemos também tirar os méritos de nossa principal adversária, que traçou algumas estratégias interessantes no dia da eleição, algumas não muito republicanas, como a de espalhar nas ruas que a nossa candidatura havia sido impugnada. Mas, sem demagogia, posso garantir que em nenhum momento duvidamos da nossa vitória, uma vitória não de Siméia, Expedito ou de Wesley Faustino, uma vitória do povo de Ubatã, que quer e acredita numa cidade melhor. Deus nos deu, diariamente, em diversas situações, demonstrações de que seríamos vitoriosos nas eleições. O município passará a viver um novo tempo a partir de 2013.

UN – Três nomes de Secretárias já foram anunciados: Expedito Rigaud, Wesley Faustino e Rita Falcão. A escolha dos demais nomes também obedecerá a critérios técnicos?

SQ – Sem dúvida. A indicação para os cargos comissionados pode até ser política, mas ainda assim os cargos serão ocupados por critérios técnicos. Os três secretários anunciados até agora já revelam que o nosso governo terá este perfil [técnico]. Outra preocupação nossa é nomear para os cargos pessoas que tragam confiança e credibilidade ao governo, como é o caso de Expedito, Wesley e da professora Rita Falcão, praticamente uma unanimidade no município.

UN – Há sempre a expectativa de nomeação por parte de quem esteve com a prefeita eleita. Como a senhora vai lidar com isso, principalmente diante da necessidade de enxugamento da máquina administrativa?

SQ – Sempre trabalhamos de forma justa, verdadeira e transparente e deixamos claro, mesmo durante a campanha, de que não poderíamos dar emprego a todos. A própria Lei de Responsabilidade Fiscal veda esta possibilidade. Aliado a isso, no caso de Ubatã, temos a agravante de o município estar praticamente falido, com recursos escassos para pagar a folha salarial dos servidores e débitos gigantescos com credores. Mas na medida em que fomos trabalhando, o município crescendo, analisaremos as possibilidades daqueles que nos apoiaram.

UN – A sua campanha trabalhou o conceito de mudança. Será realmente esse o espírito do novo governo?

SQ – Com certeza, até porque fomos eleitos nessa premissa e é isso que a população realmente espera. Faremos um governo austero, transparente, de respeito e valorização dos servidores. Apoiaremos o comércio local e implementaremos uma série de medidas que trarão novas perspectivas ao município e ao nosso povo. Sabemos que não será fácil, mas o nosso governo simbolizará um novo tempo para Ubatã: o tempo da mudança e do êxito.

UN – Dá para definir quais as prioridades dos 100 primeiros dias de governo?

SQ – Já estamos tomando conhecimento da realidade do município por meio do trabalho da equipe de transição. A situação é muito difícil, para não dizer caótica, mas trataremos como prioridade nos primeiros 100 dias de governo a regularização da folha salarial, pagamento de credores, iluminação pública, limpeza completa do município e algumas medidas que promoverão um choque de gestão pública. Além disso, já há discussões para renegociar a dívida com o INSS e a chegada de obras dos governos federal e estadual.

UN – E qual será a bandeira do governo que se iniciará em breve?

SQ – Serão três bandeiras: a transparência, o zelo pelo dinheiro público e o povo, pois é para ele que governaremos. Os ubatenses não aguentam mais sofrer, e fomos eleitos para moralizar a administração pública e trazer de volta a alegria dos nossos conterrâneos. Não será fácil, mas não faltara trabalho e empenho.

UN – A senhora tem consciência de que herdará uma prefeitura classificada como a oitava mais próxima da falência no estado. O que fazer para não paralisar a gestão municipal?

SQ – Já temos uma noção razoavel da situação do município, e por isso há um consenso de que será preciso cortar os gastos da máquina pública para que o dinheiro economizado, num primeiro momento, contribua para amenizar os débitos. Aliado a isso, já estamos montando uma grande equipe e delegaremos funções para que a nossa gestão atenda, de fato, aos interesses da comunidade.

UN – Ubatã possui diversos gargalos na administração pública. Alguns dos mais preocupantes são, certamente, a folha da educação e o débito milionário com o INSS. Como planejar a gestão com tantos graves problemas?

SQ – Não vamos ficar nos lamentando e de braços cruzados. Já estamos em contato com alguns técnicos para avaliar melhor os resultados obtidos pela equipe de transição. Em duas semanas teremos esses resultados e já poderemos, com mais precisão, discutir a maioria das ações que serão implementadas na nova gestão que se inicia em janeiro de 2013.

UN – O município possui algumas inadimplências junto aos Governos Federal e Estadual que impossibilitam a assinatura de alguns convênios. Já há alguma movimentação para resolver o problema?

SQ – Como disse há pouco, não cruzaremos os braços. Já tivemos dois contatos com um técnico e o objetivo é equacionar essas inadimplências para que o município possa receber algumas obras que dependem de certidões negativas de débitos, conseguidas apenas quando o município está adimplente, o que não é o caso de Ubatã. Em breve teremos novidades nesse âmbito.

UN – Terminada a eleição, a hora agora é do pragmatismo. Já há algum contato institucional entre Siméia Queiroz e a gestão Cássia Mascarenhas para garantir uma transição de governo tranquila?

SQ – O processo de transição está sendo tranquilo. Nomeamos a nossa equipe e a prefeita em exercício fez o mesmo, sem apresentar qualquer dificuldade. Este momento [transição] é de extrema importância para que possamos traçar a realidade do município e discutir alguns pontos relevantes da administração pública. No entanto, é relevante destacar que com este processo de troca constantes de gestores, vários documentos foram perdidos, o que dificulta o trabalho da equipe.

UN – Após o pleito eleitoral, houve uma aproximação entre Siméia Queiroz e o deputado federal João Leão. Já foi firmada alguma parceria?

SQ – O deputado Federal João Leão é um dos grandes parlamentares do nosso estado. Tem feito um trabalho elogiável em diversas cidades da Bahia, e por conta disso tem sido premiado com votações esplêndidas, como nas últimas eleições, em que recebeu mais de 200 mil votos. Por enquanto, podemos dizer que houve algumas conversas, mas ainda é cedo para falar em definições.

UN – Como será o diálogo da gestão Siméia Queiroz com o Governo Estadual?

SQ – O diálogo será aberto e o melhor possível, até porque o nosso partido [PSB] é da base aliada do governador Wagner. Além disso, o Diretório do PT de Ubatã fez parte da nossa coligação, apoiou a nossa candidatura e contribuiu para a nossa vitória. Não temos dúvidas de que haverá uma boa relação.

UN – Como a senhora imagina Ubatã quatro anos após a sua posse?

SQ – Não temos dúvida de que chegaremos ao final da gestão com uma cidade melhor em todos os sentidos. É impossível em quatro anos fazer todas as mudanças que a cidade precisa, merece e que as pessoas anseiam, mas vamos dar resposta. Vamos recuperar a alegria e a autoestima do nosso povo. A mudança de alguma forma começou com a aceitação da nossa candidatura e depois com a nossa vitória. Não tenham dúvida, Ubatã será uma cidade muito melhor daqui a 4 anos.

UN – Considerações Finais.

SQ – Gostaria de agradecer a Deus e a povo de Ubatã que nos deu esta grande vitória. Agradecer ainda ao meu pai, Expedito Rigaud, referência moral e ética em minha vida; ao meu esposo, Arley Feliz pelo companheirismo; aos meus filhos que tanto amo; aos amigos pelo apoio incondicional. Agradecer a todos que contribuíram de alguma forma para esta grande vitória e, por fim, gostaria de dizer ao nosso povo que não perca a esperança, pois é chegado um novo tempo para o nosso município e para a nossa gente.

* Conferir entrevista de Marcos Aurélio

* Conferir entrevista de Gracinha Viana


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