A polícia realizou a prisão de 89 pessoas por ameaças de ataques à escolas na Bahia, sendo 82 adolescentes e sete adultas, entre os dias 1º de janeiro e 22 de junho deste ano. Ao todo, foram cumpridos 26 mandados de busca e apreensão durante o período. Os dados foram obtidos pelo Bahia Notícias através do Portal Nacional da Educação (PNE), que realizou o “Mapeamento da Violência Escolar”, com informações do governo da Bahia e do governo federal.
Durante o intervalo de tempo, o levantamento apontou que nenhuma ameaça foi concretizada ao redor da Bahia, assim, não havendo pessoas feridas e casos fatais nos possíveis atentados. Segundo mapeamento, foram contabilizadas 218 ocorrências de ameaças durante o período analisado.
Não há dados oficiais em relação a quantidade de pessoas ouvidas em inquéritos policiais.
O EPICENTRO DAS AMEAÇAS
Durante a segunda semana do mês de abril, a Bahia viveu momentos de terror com a disseminação de ataques contra as instituições de ensino no estado. No período, foram apreendidos 28 adolescentes, uma criança e um adulto.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o motivo das prisões envolviam a produção e disseminação de fake news, porte de arma branca ou simulacro de pistola em escolas.
Durante o período de “crise”, também foram divulgados ataques em massa contra as instituições de ensino, estando agendados para o dia 20 de abril. Contudo, felizmente, as ameaças não foram concretizadas e desde então a disseminação de conteúdos fomentando os ataques caíram drasticamente.
A queda na divulgação dos ataques foi “prevista” pelo especialista na utilização da internet, João Senna, que é pesquisador com bolsa de pós-doutorado no Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital (INCT.DD) e mestre em Comunicação e Culturas Contemporâneas na Universidade Federal da Bahia.
Em entrevista ao Bahia Notícias realizada no dia 17 de abril, Senna apontou que a Bahia passava pelo “pico” da crise da disseminação de ameaças e que com a passagem do dia 20 a tendência seria diminuir a divulgação deste tipo de conteúdo.
“O pânico gera não só nas pessoas que seriam vítimas, como os casos em Salvador das crianças levando armas brancas para se defender na escola, como também nas pessoas que se aproximam do discurso red pill. Estamos passando agora pelo pico da crise, acredito que com a passagem do dia 20, que é a maior data para se espalhar os rumores de ataques, eu acredito que isso vá começar a diminuir”, afirmou o especialista.
No dia 12 de abril, o Ministério da Justiça e Segurança Pública anunciou a edição de uma nova portaria com uma série de obrigações para as plataformas de redes sociais. Na época, o ministro Flávio Dino afirmou que a regulação do serviço prestado pelo setor foi focada especificamente na prevenção de violência contra escolas. (Bahia Notícias)