Tudo indica que o acidente que vitimou a cantora Marília Mendonça e outros dois passageiros, além do piloto e do copiloto, levou apenas dois minutos até o avião chegar ao solo. Ao menos, uma conversa por radiofrequência entre o piloto que guiava o avião, Geraldo Martins de Medeiros Júnior, e outro aviador da região, aponta isso. O piloto, que opera alguns aviões de empresários locais e por isso é experiente na região, deu seu depoimento para os órgãos responsáveis por investigar as possíveis causas do acidente. Segundo o Jornal O Globo, Geraldo comunicou por radiofrequência que estava “pegando a perna de vento”. O jargão técnico da aviação significa que ele estava na última etapa do pouso, a reta final para alcançar a pista. Um subadministrador do Aeroporto de Caratinga calcula que a aeronave estava a 4,8 km na hora da queda. Em tempo de voo, isso equivale a dois minutos. O outro piloto respondeu que também iria pousar no mesmo local, mas ainda faltava cerca de dez minutos para isso. Depois disso, a interação acabou. O tempo de dez minutos era perfeitamente aceitável para os dois aviões conseguirem pousar e a segunda aeronave pousou naquela tarde sem problemas. A conversa por rádio é um procedimento normal nos cerca de cem voos por mês que são feitos no Aeroporto de Caratinga, que fica na fronteira com o município de Ubiporanga, onde fica o aeródromo que o avião de Marília iria pousar. (Correio)