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“Tem gente que só faz com camisinha/ pessoas que só usam quando quer”. O trecho da música de Harmonia do Samba relata um certo tabu e uma questão ainda decorrente na Bahia: o uso da camisinha. Nesta quinta-feira (13), dia Internacional do Preservativo, data criada em 2008 para reforçar a importância do sexo seguro e incentivar o uso do item, uma pesquisa chamou atenção sobre a aquisição e utilização do produto.
Isso porque no estado, oito em cada 10 pessoas afirmaram que não usaram o preservativo em ao menos uma relação sexual nos últimos 12 meses anteriores a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) feita em 2019. O levantamento, acessado pela reportagem do Bahia Notícias, mostrou ainda que somente duas em cada 10 pessoas adultas no estado usaram preservativos em todas as relações sexuais um ano anterior à amostra, do Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em números absolutos, cerca de 1.736,943 pessoas no estado com 18 anos ou mais de idade referiram utilizar preservativo nos últimos 12 meses antes do estudo. O estado tem uma taxa de 21,1% que afirmaram o uso do item de proteção.
Outro dado da PNS indicou que 1.000 pessoas, somente 10% de pessoas baianas, buscaram um serviço público de saúde para obter preservativos nos últimos 12 meses antes do estudo. Em números absolutos foram registrados 1.117.596 pessoas que foram até uma unidade de saúde para adquirir uma camisinha.
Segundo a infectologista Clarissa Cerqueira, uma das justificativas, que são alegadas por alguns pacientes em unidades de saúde, é a respeito de esquecer a proteção durante o ato sexual.
“A maioria das pessoas fala que por conta do calor do momento esquece. Outros falam que não gostam mesmo. Para quem não usa a gente tem que conscientizar, tentar educar a respeito disso, porque tem doença que a gente não tem como reduzir sem preservativo. Quem não usa camisinha, pelo menos tem que fazer a testagem de ISTs”, afirmou Cerqueira ao BN.
A médica contou ainda que outro caso de sexo sem camisinha está relacionado com pacientes que dizem confiar em seu parceiro.
“A gente atualmente atende vários casais que não são monogâmicos. Tem pessoas que são traídas também. O médico sabe que o parceiro do paciente traiu e ele foi infectado com sífilis. É muito comum isso de confiar”, indicou.
A especialista observou ainda que, mesmo existindo outros métodos de prevenção para algumas doenças sexualmente transmissíveis, outras infecções não possuem ferramentas de proteção.
“Existe prevenção combinada. Tem vacinação de doenças que tem vacina, hepatite B, hepatite A e HPV. Além disso, inclui o uso sempre de preservativos, inclui a PrEP ou PEP. A PrEP é profilaxia pré-exposição e a PEP, no pós a uma exposição. No entanto, outras doenças este método não protege e assim. Então, eu posso dizer assim, que quem não usa preservativo está sempre no risco de pegar sífilis entre outros”, comentou Clarissa. (Bahia Notícias)