Um estudante morador do interior da Bahia que sonhasse em ser médico antes dos anos 2000, quase sempre precisaria se afastar da família e se mudar para cidades distantes. Porém, o curso se tornou cada vez mais atrativo para empresários da área de educação com o passar dos anos e o número de instituições privadas que oferecem Medicina nas suas grades explodiu. Em cinco anos, houve um aumento de 157% no número de faculdades privadas que têm a graduação no estado. Enquanto isso, o número de universidades públicas da Bahia permaneceu o mesmo no período.
Em 2017, apenas sete faculdades particulares tinham Medicina na grade. Eram 970 vagas para quem passasse no vestibular e estivesse disposto a arcar com os custos da graduação de seis anos. Cinco anos depois, em 2022, o estudo Demografia Médica revela que 18 instituições privadas formam médicos no estado e 2.424 vagas são oferecidas por ano, o que representa um aumento de 149%.
Na contramão da expansão das faculdades privadas, as universidades públicas pouco mudaram. Apenas 21 novas vagas foram criadas nos cursos de Medicina entre 2017 e 2022, em 11 instituições baianas. Se por um lado há quem defenda que o aumento desses cursos pode suprir a carência de médicos, especialmente no interior do estado, há quem se preocupe com a qualidade da formação desses novos profissionais. *Ler mais no Correio da Bahia.