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O uso do VAR completa 5 anos no campeonato brasileiro de futebol; você acha que perde a emoção do jogo?

Por Wesley Faustino

A introdução do Video Assistant Referee (VAR) no futebol tem gerado discussões sobre se a modalidade se torna mais justa ou se perde a emoção característica do esporte. Aprovado em 2018 pela International Football Association Board (IFAB) e implementado no campeonato brasileiro a partir de 2019, o VAR tem causado impacto em diversas partidas.

Se pensarmos em momentos históricos, como o gol de mão de Maradona na Copa do Mundo de 1986, apelidado de “La Mano de Dios” é possível dizer que a introdução do VAR, se existisse, mudaria a percepção desse lance emblemático. Da mesma forma, situações como o gol de barriga de Renato Gaúcho em 1995 teriam tido desfechos diferentes se o árbitro tivesse recorrido ao VAR na época – se também existisse – o que poderia alterar a história do futebol.

Maradona tem gol de mão validado na Copa de 1986 — Crédito: Divulgação

Embora o VAR tenha sido elogiado por dar mais precisão às decisões arbitrais, há críticas quanto à demora e à forma como é utilizado em lances milimétricos de impedimento ou na revisão excessiva de jogadas. Alguns especialistas acreditam que o VAR interfere na fluidez do jogo e retira a emoção da comemoração de um gol, visto que gera momentos de espera e incerteza prolongados.

Yan Santos, advogado, professor universitário, flamenguista roxo que gosta de fazer análises dos jogos diz que “acha importante o VAR nos lances para verificar se realmente foi gol, impedimento acintoso e lance de cartão vermelho, mas crítica as marcações de impedimentos milimétricos e voltar muito o lance para tentar achar uma falta na origem é nocivo ao jogo, além da demora nas análises. Foge, às vezes, das cinco finalidades do VAR, tipo o árbitro quer se isentar e deixar para o VAR responsabilidades que são suas”.

Renato Gaúcho faz gol (legal) de barriga — Crédito: Divulgação

Enquanto alguns defendem a importância do VAR para corrigir erros evidentes, como gols irregulares, impedimentos claros e infrações graves, outros argumentam que a tecnologia pode ser excessivamente utilizada e acabar tirando a autonomia do árbitro de campo, que tem a palavra final sobre as decisões.

No Brasil, o VAR foi introduzido oficialmente em 2018 durante o confronto entre Santos e Cruzeiro pela Copa do Brasil, marcando um marco na história do futebol nacional, mas aplicado continuante no campeonato brasileiro a partir de 2019. Contudo, a polêmica em torno de sua aplicação persiste, com opiniões divergentes entre torcedores, jogadores, técnicos e árbitros.

Procurei um especialista na área de arbitragem, ex-árbitro da CBF e assíduo, de ir aos estádio do Brasil assistir as partidas dos seus clubes do coração Flamengo e Vitória, Expedito Rigaud, que me disse “acho importante, mas não tem sido bem usado, o mais importante do futebol é o gol, e o VAR acabou com a mesma linha. Leva 6, 7 minutos procurando meio centímetro para anular um gol.” Ilustrou com o gol do Atlético Goianiense que foi anulado no jogo deste domingo pelo campeonato Brasileiro.
“Absurdo, aquilo é mesma linha. Gol legal” , que acabou prejudicando o Atlético que perdeu por 2 x 1 para o Flamengo.

— Crédito: Divulgação

Em suma, o debate em torno do VAR no futebol continua em curso, com diferentes pontos de vista sobre seus efeitos na justiça das partidas e na emoção do esporte. A busca por um equilíbrio entre a tecnologia e a essência do futebol é fundamental para garantir a integridade e a paixão que envolvem esse esporte tão popular em todo o mundo.

*Artigo de Wesley Faustino. Historiador, ex-vice-prefeito de Ubatã, especialista em Gestão Pública e Gestão Municipal (UNEB).


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