Por: Aline Souza – Excelente Texto
Os pré-socráticos já se questionavam acerca do acontecimento, juntamente com os curiosos da época. Depois vieram os grandes gênios da ciência com suas teses, visando a explicar biologicamente o fenômeno. Entretanto, apesar de tantas discussões, a questão da existência humana ainda é analisada de forma equivocada, pois a importância dada ao ser biológico tem deixado de lado as emoções e a imaginação que movem o ser humano.
A existência biológica é universal. Ela não possui o poder de distinguir um indivíduo do outro dentro de uma sociedade humana, contudo, as necessidades pessoais que apresenta o tornam único; e por meio das relações interpessoais é possível construir uma sociedade que valoriza a essência humana, sua formação, seu código verbal e suas crenças.
A ciência, por vezes, faz da existência humana apenas uma mera ferramenta de estudo, desvalorizando a cultura que nasce junto com a formação de uma sociedade. Por meio da fundamentação de uma teoria, Darwin propôs um modelo para explicar o mecanismo da evolução das espécies e sua sobrevivência biológica, refutando a teoria criacionista e qualquer tipo de influência pessoal na formulação da tese.
“Ser ou não ser? Eis a questão”. Tal frase célebre de Shakespeare sobreviveu ao longo do tempo junto com a necessidade de afirmação do ser como agente transformador da sociedade, que busca a valorização do aspecto simbólico da vida, por meio da manifestação de suas paixões, desejos, sonhos e pensamentos; pois se penso, logo existo, já dizia Descartes.
Assim, a ciência não deve sobrepor o intelecto e as emoções características do indivíduo. Os seres humanos não correspondem a máquinas programadas para existirem, antes de tudo são agentes inclusos no processo de formação social, capazes de estabelecer relações entre si, a fim de moldar e caracterizar sua própria existência.