Ataques de cães da raça Pitbull têm chamado atenção e assustado nas últimas semanas no Rio de Janeiro e em diversos estados do Brasil. Diante de tantos casos , o g1 conversou com Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal, para saber o que fazer diante de uma situação de emergência, de ataque. Rossi salienta que a melhor ação é educar a população a denunciar donos que cães que não estejam cumprindo a legislação ou animais que demonstrem um comportamento agressivo. “É melhor denunciar e alguém ficar chateado com você do que saber que podia ter evitado uma morte e não o fez. Não espere a mordida acontecer”, diz ele reiterando ainda que esse tipo de denúncia deve ser feito para animais de grande porte ou peso, não somente os pitbulls.
Veja o que fazer em caso de ataque
Mas se iminência do ataque for inevitável, ele destaca algumas ações que podem ser tomadas para minimizar a situação:
Possível ataque
“Se você estiver andando ou correndo na rua, e avistar um animal que fique agressivo ou em posição de ataque contra você. Pare ou comece a andar em diagonal. Os animais interpretam que você está indo na direção dele, se você parar o movimento e deixar de ir na direção dele adotando a diagonal, ele vai entender que não está sendo mais ameaçado.”
“Se não der tempo de sair de perto, indicamos parar, congelar. É difícil, mas o cachorro deixa de se atrair por aquilo que não se mexe. Essa técnica consegue evitar até 80% dos ataques. É indicado ainda não gritar, o barulho também é interpretado pelo cão como uma ameaça.”
“É difícil, mas correr é sempre ruim. Só corra se tiver a certeza que vai escapar, como entrando em algum lugar e fechando uma porta, por exemplo.”
Início do ataque
“Se não tiver jeito e o cachorro estiver indo na sua direção, procure uma parede para tentar se apoiar e evitar que o animal te derrube no chão.”
“Se estiver com algum objeto nas mãos, uma bolsa, uma mochila, coloque na sua frente. O animal vai tender a avançar no objeto e não em você.”
Sob ataque
“Se vir alguém sob ataque, não tente puxar o cachorro. Ele estará mordendo uma pessoa e, ao ser puxado, poderá rasgar, ferir ainda mais a vítima. Se tiver como, use uma corda ou guia laçada na barriga do animal para suspender sua parte traseira. Ao sentir que está se desequilibrando, ele vai soltar a vítima.”
“Se ele estiver de coleira, você pode ainda tentar passar um pedaço de pau no local e começar a torcer para que ele comece a perder o ar. Ele vai soltar a vítima. ”
“Outra possibilidade, é jogar água no cachorro. Qualquer coisa que desperte sua atenção, cause um susto pode terminar o ataque. Se tiver uma mangueira por perto, vale jogar água na direção da boca para que ele pare de morder e se preocupe em recuperar o ar.”
Alexandre lembra ainda que pessoas que têm animais de grande porte precisam de orientação para saber lidar com o bicho em toda as circunstâncias.
“Costumo comparar com um carro, que serve para transportar pessoas, mas também pode matar. Para você ter um carro, precisa de um conhecimento e tirar a carteira, que você pode perder caso faça bobagem. Para ter um animal desse tipo, as pessoas deveriam passar pela mesma coisa: receber uma instrução mínima para lidar com ele, receber uma permissão ou licença para criá-lo e serem responsabilizadas caso façam besteira. Não é só porque ele é seu bichinho, seu filhinho, que ele não pode matar alguém”, diz.
O especialista reforça ainda que não são só animais submetidos a maus tratos que podem ter comportamento violento. “Mesmo com amor e carinho, um cachorro pode atacar alguém, e você precisa saber e conseguir conter o seu animal”, diz.
Saiba onde denunciar:
Delegacia
Em caso de descumprimento da lei da focinheira, qualquer pessoa pode fazer um registro de ocorrência em uma delegacia ou de forma on-line. Mesmo que não haja ataque, é importante denunciar um animal agressivo para que o dono seja responsabilizado de forma civil ou criminal no futuro. (G1)