Uma polonesa deu à luz gêmeos — um menino e uma menina —, mas um teste de paternidade mostrou que os dois bebês têm pais diferentes. O garoto é filho do marido da mulher e a menina, de outro homem com quem a moradora da Polônia se relacionou. Os exames foram feitos porque os bebês eram muito diferentes entre si. Especialistas afirmam — cientificamente falando — que casos assim podem não ser raros.
“Geralmente, a mulher produz um óvulo, mas se ela produzir dois num mesmo ciclo menstrual e tiver relações sexuais com dois homens diferentes, é possível que cada óvulo seja fecundado pelo espermatozoide de um deles”, diz o coordenador de Obstetrícia da Secretaria Estadual de Saúde, Flávio Monteiro.
Segundo ele, trata-se de um caso de gravidez dizigótica — que dá origem a gêmeos diferentes. “A diferença é que, neste caso, são irmãos de pais diferentes”, diz. “Para que a mulher com dupla ovulação engravide de dois homens, deve ter feito sexo com dois homens até 48h antes da ovulação ou até 12h após”.
Vice-presidente da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Rio, Hugo Miyahira explica que o mais frequente, nestes casos, é que a mulher ovule e engravide de homens diferentes em dias seguidos. Mas há relatos de mulheres que podem ter engravidado pela segunda vez depois de já estarem grávidas. “A mulher continuaria ovulando na gravidez. É mais raro e há questionamentos sobre isso”, conta ele.
A chance de a mulher produzir mais de um óvulo por ciclo aumenta com a idade. “Entre as que têm menos de 20 anos, em cada grupo de mil bebês nascidos, três são gêmeos dizigóticos. Já entre as com idades entre 35 e 40 anos, são 14 a cada mil”, diz Monteiro. “Fatores hormonais e histórico familiar influenciam”, acrescenta.
Fonte: IG