
As comparações com a Bahia após a intervenção militar na segurança pública no Rio de Janeiro são descartadas pelo secretário de Segurança Pública do Estado (SSP-BA), Maurício Barbosa. De acordo com o titular da pasta, a dinâmica de funcionamento das facções criminosas é diferente entre os dois estados. “O que é que nós queremos do governo federal: que consiga evitar que essa quantidade de droga e armas cheguem às nossas facções. O mapa do tráfico do Brasil está muito bem delineado. Se diz: ‘Ah, as facções criminosas vão sair do Rio de Janeiro por conta do Exército’. Mentira absurda e deslavada de gente que não sabe do que está falando. No Brasil nós temos duas grandes especialidades: futebol e segurança pública. Todo mundo sabe um pouco de futebol e de segurança, todo mundo é especialista, todo mundo é entendedor”, critica Barbosa em entrevista ao Bahia Notícias, afastando a ideia de uma migração do crime para a Bahia. Entre os dois estados, uma diferença apontada pelo secretário é a fragmentação das facções baianas, sobretudo do tráfico de drogas. “Nós temos dois grandes distribuidores de droga no país, que são de criação de outros estados, que não são dos nossos. E são essas facções que distribuem drogas para todas as facções do Brasil. O problema do tráfico de drogas na Bahia é a pulverização das ditas facções. Eu não consigo mais chamar de facção, mas de quadrilhas. Exemplo: Bonde do A, Bonde do B, Bonde do C. Cada um intitula o nome que quer. Aí você vai e prende uma grande liderança; no outro dia, o substituto dele intitula a facção com um novo nome: ‘Quadrilha do fulano’”, descreve, citando as brigas do tráfico no Subúrbio de Salvador, que chegam a ser encampadas por quatro “microfacções”. *Ler mais no Bahia Notícias.