O juiz aposentado Pedro Morais trava uma batalha judicial para ter o direito de publicar uma polêmica biografia sobre o rei do cangaço, Lampião, que impôs o terror no sertão nordestino no início do século passado e morreu em 1938, deixando uma imagem de valentia que atravessou décadas.
Ocorre que o livro do magistrado conta outras histórias sobre o o cangaceiro, que – pelo que Morais apurou – não era um cabra tão macho assim. A tese é a mesma que o antropólogo Luiz Mott já defende há 30 anos.
Segundo esta biografia não-autorizada, Lampião era homossexual e mantinha relações com um homem que, por sua vez, visitava a alcova de Maria Bonita, companheira do cangaceiro. Morais relata que a filha de Lampião e Maria Bonita era na verdade dela e do outro.
Um livro de conteúdo tão bombástico teria mesmo que parar nos tribunais. Herdeiros do rei do cangaço obtiveram liminar na 7ª Vara Cível de Aracaju (SE), que impede o lançamento da biografia, marcado para o próximo dia 1º, num evento na sede da OAB de Sergipe.