Alta produtividade, plantas resistentes à incidência de pragas e doenças, baixo custo operacional, são alguns resultados obtidos, em curto espaço de tempo, pelo técnico em Agricultura e cacauicultor Ednaldo José Pinheiro, 53 anos, na Fazenda Oxalá, em Ibirataia, através da técnica de poda seletiva e colheita programada desenvolvida por ele há cerca de 10 anos. Os resultados indicam uma produtividade de 50 até 200 arrobas por hectares, sem irrigação. O experimento vislumbra uma alternativa viável para a continuidade da lavoura na Bahia. Técnicos da Ceplac consideram a experiência positiva, mas o órgão ainda não se pronunciou a este respeito.
Foi através da implantação de um jardim clonal destinado à produção de material para a realização de enxertia na roça que Ednaldo Pinheiro, o popular “Dado”, notou que a planta mesmo baixa (pequena) e estressada com o recolhimento do material, continuava produzindo bem. A partir de então manteve a altura do pé de cacau em torno de dois metros e começou a poda entre os meses de setembro e janeiro. Os resultados não demoraram de aparecer. Com a renovação da copa o cacaueiro adquiriu grande resistência às doenças e pragas, sobretudo à vassoura de bruxa, e assim a cada ano a produtividade tem aumentado.
Ednaldo realiza a poda nas arvores com frutos maduros e mantém uma adubação adequada. Em seu experimento é descartada a safra temporã, fato que impõe o sacrifício da birração, e a colheita é programada para a safra principal. O sacrifício vale a pena porque na colheita é farta. Tem pé de cacau com nove anos de idade produzindo quase dois quilos de amêndoas. Ednaldo Pinheiro recomenda que se deve utilizar o material certo na produção de mudas ou clones.