A greve dos professores da rede municipal de Eunápolis, no extremo sul da Bahia, iniciada em 19 de abril, já dura quase três meses. A categoria busca reajuste salarial de quase 34% e melhorias em escolas da cidade. Depois de uma determinação da Justiça, 50% dos profissionais retornaram às salas de aulas, em maio deste ano. No entanto, os pais dos estudantes dizem que o aprendizado está comprometido sem a outra metade dos professores. O técnico de som Tony Mário, pai de Maria Victória, conta que as aulas na Escola Brandão Vilela, no bairro Vila Lúcia, onde a filha estuda, têm acabado duas horas antes do previsto. O motivo? Porque apenas uma parte dos professores tem comparecido ao colégio. “Graças a Deus eu trabalho para mim. Nem todo mundo tem essa consciência de liberar o funcionário [para buscar os filhos na escola antes], eu libero os meus, mas muitas empresas não conseguem liberar”, disse Tony Mário. “Ai entrar 7h, sai 8h30, 9h. Fica ruim, né?”, questionou o pai da aluna. *Ler mais.