Delícias da culinária baiana de influência africana como acarajé, feijoada e sarapatel, não devem ser riscadas do cardápio. Elas podem ser consumidas inclusive por pessoas com problema de excesso de peso, desde que com moderação, orienta a nutricionista Lorenna Fracalossi, do Núcleo de Obesidade do Centro de Diabetes e Endocrinologia do Estado da Bahia (Cedeba). A nutricionista conta que um paciente comia acarajé com refrigerante todos os dias, e ela o orientou a consumir a iguaria uma vez por mês, e não tomar o refrigerante. A profissional destaca que as comidas de influência africana são muito calóricas. Lorenna Fracalossi explica que os escravos comiam, mas trabalhavam pesado. “Mas quem come e volta para trabalhar sentado no ar condicionado, vai ganhar peso, sim. Alimentos da herança indígena também são bastante calóricos, como a farinha de mandioca, largamente usada na alimentação dos baianos”.
De acordo com a profissional, apesar da forte influência das culturas negra e indígena na alimentação, hoje os fast foods, associados aos refrigerantes, originários da cultura norte-americana (Estados Unidos) lideram no mundo o ranking da obesidade: são consumidos em larga escala pelos brasileiros, contribuindo para aumentar o contingente de pessoas com obesidade. Segundo Lorenna Fracalossi, o tratamento da obesidade, passa por mudança de estilo de vida. A mudança de hábitos alimentares deve começar com as compras . “As pessoas precisam ir mais às feiras, onde há maior abundância de frutas da estação e os preços são mais acessíveis, além de ajudar a economia local”. Ela destaca que o Brasil é um país rico em frutas e verduras que não vêm em pacotinhos (alimentos industrializados). E acrescentou que é preciso descascar mais frutas e abrir menos pacotinhos para ter mais saúde. Também é necessário observar as emoções porque quando a pessoa se aborrece tende a se vingar comendo alimentos calóricos como biscoitos e doces. (Pimenta)