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Continuação WF

UN: O que o Poder Público pode fazer para diminuir o desemprego e aumentar a geração de renda?

WF: Pagar os salários em dia. Isto é obrigação. Fico perplexo quando vejo carro de som anunciando com estardalhaço que o salário da prefeitura foi pago. Parece que está sendo feito uma ação anormal, uma grande obra do prefeito. Isto é piada de mau gosto. O Poder Público precisa chegar mais perto do Clube dos Dirigentes Lojistas (CDL) para ajuda nos programas de incremento das vendas propostos pelo clube. O Poder Público precisa ir atrás das empresas que seu ramo de atividade tenha vocação com Ubatã ou que os recursos naturais da região sirvam como matéria prima, como por exemplo: as indústrias que trabalham com aço (bicicletas, motos etc) que precisam de muita água e energia. E isto temos demais. Temos o rio de Contas e a Chesf. Será que algum administrador de Ubatã já procurou estas empresas? Basta também ir à Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração do Estado da Bahia(Sicm) para ver quais empresas tem interesses em se instalar na Bahia. Ver qual delas pode vir para Ubatã. Precisa investir no homem do campo, no pequeno agricultor, dando condições através de patrulhas mecânicas para aumentar sua produção etc. Sempre conto está estória: outro dia vi num mercado em Salvador uma compota de doce de jaca, fabricado numa cidade do interior do estado de Pernambuco com preço de R$ 11,00 (onze reais). Eu disse doce de jaca, fruta que apodrece nas terras ao nosso redor e servem também para dar como ração para vários animais, isto sim é que é um desperdício de recursos naturais, o que poderia gerar renda. Temos outras inúmeras frutas apodrecendo por aqui e que são industrializadas em locais longiguos da Bahia e vendidos com bons preços por aqui. O Poder Público precisa ser empreendedor e dar condições aos munícipes para produzir estas coisas. O pequeno agricultor ou comerciante sozinho não consegue produzir em escala e chegar aos comércios da Bahia. É fácil, basta ter boa vontade.

UN: Se é fácil, porque os administrarem nunca fizeram isto?

WF: Vamos perguntar a eles (risos). O problema é que votamos no cara gente boa, no cara que dá tampinha nos ombros, na pessoa que paga uma cerveja, no que dar um dinheirinho, uma telha etc. Se continuarmos votando deste jeito, Ubatã será sempre esta cidade destruída. E a cada dia vai piorando. A população tem que ir ás ruas cobrar dos políticos mais ações em prol do município. Vamos votar no que melhor apresentar um plano de governo e demonstrar competência administrativa entre outras características.

UN: Então o ubatense está votando errado?

WF: Nem sempre. Mas às vezes o voto que achamos que seria o certo, saiu errado. Não por má fé de quem está no poder, mas por falta de experiência na administração pública. Falta de liderança política. Falta de acesso aos governos federal e estadual para trazer benefícios.

UN: No informativo o partido usou alguns textos já publicados neste blog.

WF: Sim. Pelas qualidades dos textos, mostrando assim a indignação dos ubatenses e também para mostrar que este informativo não é uma crítica somente de nós filiados, mas de uma população cansada.

UN: Pelo que o informativo mostra em fotos, a cidade está anos no declínio é isso?

WF: Fizemos questão de fotografar todos os bairros nos meses de agostos e setembro para não deixar nenhuma dúvida que as fotos são atuais. Isto mostra a falta de atenção do Poder Público com a cidade. Mostra a falta de atenção com o povo ubatense. Não venham para cá dizer que é falta de dinheiro. Gastou-se muito em coisas supérfluas e este dinheiro poderia ser usado em equipamentos públicos etc.

UN: Esta divisão política atrapalha o desenvolvimento?

WF: Claro. Temos que cobrar dos deputados que tiveram votos aqui e foram eleitos, para conseguir emendas e trazer benefícios para o município. Agora, precisa que o administrador tenha interesse. Veja o exemplo da Emenda Parlamentar da deputada Alice Portugal (PCdoB) no valor de quase R$ 500 mil para construção da arquibancada do estádio de futebol. Perdeu por falta de interesse de quem estava administrando. Tive na Superintendência de Desportos da Bahia (Sudesb) e fiquei sabendo que não enviaram os documentos necessários. Isto mesmo, foi falta de documento, como documento do terreno e outras coisas mais. Como perdeu-se mais outras emendas. Outro exemplo. Existe disponível na Fundação Nacional da Saúde (Funasa) uma verba de R$ 400 mil para construção de sanitários domiciliares. O prazo encerra-se em outubro. E aí?

UN: Quem ler este informativo vai ficar achando um absurdo o estado da cidade, não acha?

WF: Tem que ficar. É um absurdo mesmo. Mandei um exemplar para todos os deputados (estadual e federal) e senadores da Bahia, governador, vice-governador, secretários de estados e diretores das autarquias e empresas, Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado(TCM) e do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Mandei a todos com uma carta solicitando que olhem para este município sofrido – principalmente os que tiveram votos aqui – e destinem emendas parlamentares para obras de saneamento básico, calçamento, construção de praças entre outras benfeitorias. O TCM e o TRE enviei para que os Conselheiros conheçam a cidade. Nos políticos, temos que cobrar dos parlamentares que ajudamos a eleger que, agora, nos retribuam com benfeitorias na cidade. Não basta trazer o candidato aqui, levar os votos e depois só aparecer na aproxima eleição.

UN: Então o senhor é contra fazer festa para comemorar os 58 de emancipação político-administrativa de Ubatã?

WF: Não!!! Contra não. Devo esclarecer muito bem este ponto. Vamos questionar os valores pagos e a quem pelos gestores para as festas. Vamos tomar como base a última festa realizada pela prefeitura de Ubatã: a micareta de 201, realizada nos dias 20 a 22 de maio. Segundo a mídia foram gastos 560 mil reais. Bem! Vamos refletir o que poderia ser feito para o município com este dinheiro? Cada cidadão ubatense deve ter em mente algo que poderia ser feito em favor do bem comum. Reconstruir a maternidade e deixar de pagar aluguel; calçamento nas ruas; recuperar a rodoviária, o estádio, construir postos de saúde, construir escolas. Enfim, inúmeras ações mais duradouras para o bem estar dos ubatenses. Mas, o dinheiro foi pago, em sua maioria, para cachê de bandas e infraestrutura. Pagos a empresas que não gastam este dinheiro em Ubatã. Novamente é o dinheiro de Ubatã não sendo gasto em Ubatã. Agora, se quiser comemorar os desmandos: as ruas na lama, o esgoto a céu aberto, o estado do estádio, da maternidade, da rodoviária e outros, que comemore, mas não conte com a minha presença.



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