Carla Santos da Cruz, de 39 anos, mora em Feira de Santana, a 100 km de Salvador, com as duas filhas, de 21 e 12 anos. As três relatam vários direitos restritos por não terem o registro civil. A baiana conta que não foi registrada quando nasceu. O motivo? Ela não sabe dizer. “Não existo, simplesmente indigente. Os meus pais não me registraram, morreram os dois e não me registraram”, lamentou. A dona de casa não pode ainda tirar a carteira de identidade, CPF, nenhum outro documento. Ela conta que sempre enfrenta sérios transtornos toda vez que precisa ir ao médico. “Aqui no bairro eu não me consulto mais, porque me tiraram. Só atendem com documento, eu só posso me consultar nas policlínicas que é quem aceita”, disse Carla. Quando completou 18 anos, ela iniciou uma busca para regularizar a situação. Procurou o fórum da cidade, o cartório, a Defensoria Pública da Bahia (DPE-BA) e chegou a fazer uma vaquinha com os amigos para poder pagar um advogado, o que de nada adiantou. *Ler mais.