O Centro de Longevidade de Stanford criou um clube do livro para divulgar obras dedicadas ao tema. Foi assim que conheci o cientista e pesquisador Marc Milstein, que, no fim do ano passado, lançou “The age-proof brain” (“O cérebro à prova de envelhecimento”, em tradução livre). Otimista, diz que aprendemos muito nos últimos 20 anos: pelo menos, o suficiente para saber que o declínio cognitivo está fortemente associado ao estilo de vida. Portanto, as escolhas que fazemos têm a maior relevância para nosso futuro. Milstein fez a sua: passou a se empenhar para garantir noites reparadoras.
“Algo muito interessante acontece quando dormimos: o cérebro se retrai, é como se encolhesse. O processo elimina resíduos tóxicos, que são carregados pelo sistema glinfático”, explica.
Simplificando (muito), é como se alguém apertasse uma esponja e a sujeira descesse ralo abaixo, mas precisamos não apenas de um número suficiente de horas de descanso, mas também de um ambiente de escuridão, acrescenta:
“Qualquer fonte de luz, por menor que seja, interfere na capacidade de o cérebro atingir os estágios mais profundos do sono”. O pesquisador defende que as crianças não deveriam acordar cedo para ir para a escola e enfatiza que o sono de qualidade não é alcançado com remédios: “esse tipo de medicamento impede o processo de limpeza e, a longo prazo, causa danos”.