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Artigo: Considerações acerca da atual situação de Ubatã e a esperança…

Por Almir Vinhas - Chefe do Cartório Eleitoral de Ubatã
Por Almir Vinhas – Chefe do Cartório Eleitoral de Ubatã

Senhora Prefeita e Senhores Vereadores:

Ubatã está um caos, está em crise: crise política, administrativa, institucional, ética, crise de credibilidade, crise de moralidade administrativa etc.

Penso que a sociedade precisa reagir a determinados estado de coisas visando burlar e reter o ímpeto daqueles que apostam no “quanto pior, melhor”. Entendo que, nos últimos 25 anos, a sociedade ubatense tem assistido inerte aos acontecimentos que proporcionaram o seu descrédito enquanto município, quando poderia ter se insurgido ordeira e democraticamente e delineado um outro destino; afinal, “cada qual é quem desenha seu próprio destino”. Martin Luther King, que lutou por uma sociedade sem preconceitos e sem racismo, naquela época, já estava conectado com Ubatã ao afirmar: “O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética… O que me preocupa é o silêncio dos bons.” Infelizmente, há de se reconhecer que os bons permaneceram silentes face aos desastrosos acontecimentos que assolaram este município nos últimos anos.

Com o advento de um novo governo, renasce a esperança em Deus e naqueles que foram eleitos, e agora empossados (Prefeito, Vice e Edis), com o intuito de que o Município entrará nos eixos e será organizado a contento, visando retomar sua evolução, seu progresso, objetivando deslanchar seu desenvolvimento otimizadamente, proporcionando o crescimento pessoal de seus munícipes, erigindo a autoestima destes. Para tanto, far-se-á necessário que todos (Poder Público e Poder Privado) nos dispamos das vaidades e arregacemos as mangas buscando a reconstrução de Ubatã, destroçada pela ingerência da politicagem na administração pública, pela judiscionalização das eleições e da administração e pelas más gerências de seus recursos humanos, de seus instrumentos de gestão, de sua articulação interinstitucional, da aplicação dos seus recursos financeiros e pela irresponsabilidade fiscal de alguns governantes.

O que se espera e deseja do limiar de um Governo é a implementação de um choque de gestão, cujo pilar de sustentação seja a redução das despesas correntes e a eliminação do desperdício; a introdução da palavra “não” ao vocabulário do Gestor, para as ocasiões adequadas; a indicação de pessoal essencialmente técnico para os cargos de direção; a adoção de medidas destinadas a reforçar a transparência na administração municipal; o investimento em capacitação e qualificação de seu capital humano, com avaliações periódicas de desempenho e a conseqüente valorização salarial; a utilização da administração indireta (terceirização) e de estratégias de fiscalização e acompanhamento eficientes que permitam questionar o que foi contratado. O êxito da viabilização e boa administração de todo esse aparato só erguerá o município, inserido-o, novamente, na trilha, segura e firme, do desenvolvimento, cujos reflexos, provocados pela otimização da aplicação dos recursos municipais, entendo, redundará no incremento dos benefícios aos cidadãos, aos contribuintes, e no retorno da credibilidade do município frente às outras esferas do poder público e do poder privado como um todo.

Inegavelmente, senhores, não se pode conceber a governabilidade sob a égide do Regime da Politicagem, pois isso jamais trouxe ou trará benefícios a todos os munícipes, exceto a um pequeno grupo cujo objetivo primordial não é o engrandecimento do município, nem a satisfação e o crescimento das pessoas que nele residem, mas, sim, a dilapidação dos dinheiros públicos, do patrimônio público municipal e a manutenção do descrédito do município frente às agências de fomento e demais organismos públicos e da sociedade civil organizada.

Na diplomação de 2008, este signatário proferiu o discurso de encerramento daquela cerimônia onde teceu comentários sobre ética: ‘Srs. Candidatos diplomados, faz-se necessária a observância e aplicação incessantes da ética na seara política colimando não turvar o lago da esperança de todos os eleitores que assinaram um cheque em branco tentando colher dias melhores no futuro…’ Quatro anos depois, reflitamos: será que aqueles diplomados e empossados e outros que sobrevieram consideraram o apelo que acabei de citar, SERÁ??? Acho que não porque a Câmara do Edis de Ubatã foi significativamente renovada. Hoje citarei, adaptado de Antônio Carlos Ribeiro da Silva, Doutor em Contabilidade: considerando ser a ética o exercício da responsabilidade do indivíduo e que os atos dos gestores públicos devem espelhar-se ao máximo na transparência e estarem a serviço do social, LOPES DE SÁ (ícone da contabilidade brasileira) argumenta que “a ausência de responsabilidade para com o coletivo gera, como conseqüência natural, a irresponsabilidade para com a qualidade do trabalho”. Isso tem sido corriqueiramente verificado aqui em Ubatã, pois nenhum trabalho promovido pelo Setor Pública Municipal tem atingido a qualidade desejada, tem atingido a excelência almejada, justamente pela ausência de ética, transparência e pela irresponsabilidade com que os gestores tem tratado a coisa pública.

Martin Luther King dizia que: “todos somos vítimas de sonhos adiados, de esperanças dilaceradas, mas, apesar disso, todos ainda temos um sonho, porque não se pode desistir da vida.” Creio eu que o sonho de todos os ubatenses e daqueles que aqui residem é ver o Município novamente na trilha escorreita da legalidade e da prosperidade, não desistindo nunca de devolver vitalidade a este município.

Gostaria de saudar o Exmo. Sr. Presidente Casa de Leis de Ubatã, Sr. Jaquison Mendes Brito (Nino Maragon) e seus pares, lembrando-os de que a atribuição típica e predominante da Câmara é a normativa, ou seja, reguladora da Administração do Município e da conduta dos cidadãos, no que diz respeito aos interesses locais.

Não seria demérito refrescar suas memórias, nobres edis, elencando as funções com as quais, a partir de hoje, Vossas Excelências se debruçarão com o objetivo, espero que UNISSONO, de reconstruir o Município, quais sejam:

  1. Função Legislativa;
  2. Função de Fiscalização e Controle sobre os atos do Executivo;
  3. Função de Assessoramento ao Executivo;
  4. Função Administrativa, cujo exercício se deu quando da eleição da sua mesa diretora;
  5. Função Julgadora.

Finalmente, Senhora Simeia Queiroz de Souza, Vossa Excelência, foi eleita, diplomada e empossada para ser mandatária deste município, gestora de seus recursos e, fundamentalmente, Prefeita de todos os munícipes, o povo deseja e espera que, juntamente com os preclaros Vereadores, cujos papéis estão bem definidos em lei, promova o choque necessário à retomada do desenvolvimento, em todas as suas formas e setores, e que reúnam equilíbrio, serenidade e sabedoria suficientes para conduzir os trabalhos e negócios do Município e tenham o discernimento adequado objetivando não confundir exercício de cidadania, manifestação de pensamento, liberdade de expressão do cidadão com outras situações, mesmo porque democracia pressupõe o convívio com a adversidade e dá a idéia de liberdade, todavia, com responsabilidade de ambas as partes: representantes e representados.  Ubatã, 01 de Janeiro de 2013.

* É Cidadão Brasileiro, Contador e Chefe do Cartório Eleitoral da 134 Zona

 


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