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A DIVISÃO DO ESTADO DA BAHIA: SEGUNDA PARTE

Por: Clemilson Ribeiro

Na primeira parte abordei este assunto fiz apenas uma introdução. O tema é um tanto quanto polêmico e efetivamente precisa de reflexão e muita discussão, longe do idealismo e do romantismo, afinal é o destino de milhões de pessoas, de centenas de cidades, que está em jogo.

Creio que a criação do Estado de Santa Cruz, desmembrando um pedaço da Bahia, da região do Baixo Sul, começando em Valença, até o Oeste, Barreiras, Luiz Eduardo Magalhães, adentrando o Sudoeste Baiano, Guanambí, Bom Jesus da Lapa, Jequié, Vitória da Conquista, Itapetinga; Chapada Diamantina, Lençóis, Mucugê, Itaberaba; passando pelo Sul com Itabuna, Ilhéus, até o extremo Sul, Porto Seguro, Eunápolis e Teixeira de Freitas, o Brasil teria um Estado Federativo forte e autossuficiente, sobretudo em sua economia, senão vejamos:

De logo, cumpre destacar que no quesito TURISMO, provavelmente o novo Estado de Santa Cruz seria o 3º maior destino turístico do Brasil, depois do Rio e Janeiro e Bahia, vez que o Morro de São Paulo, Valença, a Península de Maraú, Itacaré, Ilhéus, Olivença, Canavieiras, Belmonte, Porto Seguro, Cabrália, Trancoso, o Arquipélago de Abrolhos, Alcobaça, Bom Jesus da Lapa e toda a Chapada Diamantina fariam parte do novo Estado, que também poderia se chamar Bahia do Sul, dessa forma orgulho de ser baiano não acabaria.

Na AGRICULTURA, veja a diversidade: o cacau, existente do baixo sul, até o extremo sul, além do Centro Sul e parte do Sudoeste; o café, presença forte nas regiões de Camacã, Vitória da Conquista, Jequié, Barra do Choça; a soja, o milho e a cana de açúcar na região Oeste da Bahia, inclusive Barreira e Luiz Eduardo Magalhães; o algodão na região de Guananbí; a fruticultura, no Vale do Rio de Contas e no Baixo Sul; a Banana, no Baixo Sul, principalmente na Região de Teolândia, Tancredo Neves e Wenceslau Guimarães, e o dendê, o coco da Bahia, a piaçava, o guaraná, o cravo da índia, a seringueira (látex), no Baixo Sul e a celulose, no Extremo Sul,etc.

No quesito PECUÁRIA, é vasta e também diversificada, compreendendo praticamente todos os municípios com destaque especial para a região de Itapetinga, Itororó, Vitória da Conquista, Guanambí, Jequié, Ipiaú, Eunápolis e Teixeira de Freitas;

Já podemos garantir que o novo Estado possui um potencial enorme na área da MINERAÇÃO, mormente na região de Brumado, Caetité, Itambé, Santa Luzia, Jequié e Itagibá.

Está em fase de implantação a exploração de PETRÓLEO da região de Camamu, embora em pequena proporção, mas já podemos assegurar que o Novo Estado teria o Petróleo como parte importante de sua economia, sobretudo a médio prazo.

O parque INDUSTRIAL já é uma realidade, distribuído nas cidades de Vitória da Conquista, Itabuna Ilhéus, Teixeira de Freitas, Barreiras e Eunápolis, com destaque para o setor de informática, calçados, borracha, papel, móveis, roupas e alimentos e se não possuímos mais indústrias, é exatamente pelo descaso com que sempre fomos tratados pelos Governos da Bahia.

Como a maior parte do litoral ficaria para a o novo Estado, o potencial para a PESCA e a PISICULTURA, inclusive com criação em cativeiro explorando as baías existentes e as barragens de Pedra em Jequié, Funil em Ubatã e as de Itapebí e Rio de Contas, nos dariam condições de produção inclusive para exportação de peixes e frutos do mar.

Na área de TRANSPORTE, teríamos por terra as estradas federais BR 101, BR 116, BR 030, BR 330 BR 415, as duas primeiras ligam, o Sul com o Nordeste do Brasil e as três últimas ligam o Centro Oeste com o Litoral do novo Estado de Santa Cruz; ressaltando-se que a ferrovia Oeste Leste já está sendo construída e beneficiará todo o Estado de Santa Cruz, porquanto ligará o Oeste ao Litoral; o transporte aéreo, os aeroportos de Valença, Ilhéus, Porto Seguro, Vitória da Conquista e o de Lençóis seriam principais pontos de vôos, nacionais e internacionais ao passo que pelo mar teríamos o Porto de Ilhéus para receber grandes embarcações e os de Valença e outras cidades litorâneas para receberem as pequenas embarcações domesticas.

No quesito EDUCAÇÃO só teríamos Universidade Federal, o que prova mais uma vez o descaso com o Oeste, o Sul, o Extremo Sul e o Sudoeste da Bahia. A proposta seria federalizar a UESC e a UESB de Vitória da Conquista e Jequié e implantar uma Universidade Estadual no Extremo Sul e outra no Baixo Sul, ampliando os campus de Itapetinga, Guanambi, Ipiaú, Itaberaba e Itapetinga.

No setor de SAÚDE Itabuna já uma das principais referências do Nordeste brasileiro, bastaria apenas fortalecer e corrigir os equívocos patrocinados pelos governos da Bahia e dessa forma melhorar as regiões de Vitória da Conquista, Eunapolis, Itaberaba, Teixeira de Freitas e Valença.

Muito ainda deverá ser esclarecido e discutido, todavia o que mais impede a criação do novo estado de Santa Cruz é a falta de LIDERANÇA POLITICA DE EXPRESSAO NACIONAL, isso porque historicamente sempre formos governados e influenciados por políticos, sobretudo do Recôncavo, razão pela qual todo desenvolvimento restou direcionado e centralizado na região metropolitana de Salvador. Mas liderança se constrói e o material de construção é a vontade popular, no entanto, é preciso querer.


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