Por conta do medo de ser assaltada, a enfermeira Ana Paula Trindade, 33, procura estar sempre atenta a tudo – e a todos – ao redor. Ana é moradora do bairro Jardim das Margaridas e trabalha à noite no Hospital Geral Roberto Santos. “Sinto muito medo de ser abordada por um ladrão. No percurso do trabalho, fico tensa e, dependendo do horário, invado o sinal. O importante é minha integridade física”, afirma.
O temor de Ana Paula é compartilhado por boa parte dos habitantes da capital baiana, que ocupa o segundo lugar em sensação de insegurança (índice de 75,3%), perdendo apenas para Belém, capital do Pará (85,4%), de acordo com os dados coletados pelo estudo Características da Vitimização e do Acesso à Justiça no Brasil, suplemento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Pnad 2009-IBGE).
De acordo com o coordenador da Divisão de Disseminação de Informações do IBGE-Bahia, Joilson Fernandes, o sentimento de insegurança tende a ser maior nas regiões metropolitanas e nas cidades mais populosas, como Vitória da Conquista e Feira de Santana, as maiores do interior baiano.
“Os dados da pesquisa mostram que a percepção de insegurança é maior nas grandes cidades, justamente pelo adensamento populacional, das desigualdades sociais e da presença menos intensa dos agentes públicos nessas localidades, em relação às cidades do interior”, explica Fernandes.
Segundo o estudo, mais de 76 milhões de brasileiros, ou 47,2% da população, não se sentem seguros nas cidades em que vivem.
Fonte: A TArde Online