Por Paulo Cabral – Advogado
A podridão humana, na nossa cidade, parece já que é coisa normal. A gente não se aborrece mais com ela. Não se indigna. Não se irrita. Parece que é assim mesmo e que não existe outro modelo que devamos adotar, reivindicar, cobrar, lutar por ele. Admitimos e aceitamos as coisas sem mover uma palha. É assim mesmo. Todos chegam falando mal dela e pouco tempo depois de se elegerem aderem a ela de corpo e alma.
Você se lembra daquele vereador que lhe encheu de esperança de que seria uma pessoa honesta e defenderia algum valor ético e que por isso ganhou o seu voto? Você se lembra daquele político que um dia fez você pensar que as coisas em nossa cidade poderiam mudar e que por isso foi o objeto de seu voto?
Lembra? Onde estão eles? Onde está aquele vereador, aquele prefeito, aquele político que um dia foi objeto de sua admiração e de sua esperança? E você não faz nada?
Você sabe por que existem corruptos em nossa terra? Por que eles deitam e rolam, fazem o que querem e nada acontece? Por sua causa, por minha causa, por causa de nós todos.de nós que não gritamos, não protestamos, não vamos para as ruas brigar por nossos direitos e defender os interesses de nossa cidade.
Muitas vezes as pessoas só se preocupam em levar vantagem de alguma forma e fecham os olhos para o que não pode ser aceito. O que preocupa, “o que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos,nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons” (luther king)
Um grande dramaturgo judeu disse um dia que “na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada.na segunda noite, já não se escondem; pisam as flores, matam nosso cão e não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa,rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta e já não podemos dizer nada.”
Aqui eles já entraram em nossas casas,roubaram-nos a luz, arrancaram a voz de nossas gargantas medrosas ou interesseira se, parece, que nós não podemos mais dizer nada. Roubaram até a nossa esperança.a nossa capacidade de sonhar. Com dias melhores, com uma saúde melhor, com uma educação melhor. Com mais justiça social. Com uma cidade onde o dinheiro que chega seja bem aplicado.
Mas é preciso reagir. É preciso que juntemos nossas últimas forças, nosso último alento e voltemos a brigar, a resgatar nossa esperança e mudar as coisas.
Só depende de você; de mim; de nós todos.
Ubatã, 01 de setembro de 2011.
Paulo Cabral Tavares