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Oito pessoas são picadas por cobras todos os dias na Bahia

— Crédito: Divulgação

O primeiro trimestre do ano sequer terminou, e 621 pessoas já foram picadas por cobras na Bahia. A média é de oito incidentes por dia, segundo informações da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab). Apesar do número relevante, nenhum óbito foi registrado por essa causa no estado. Para evitar que os incidentes levem à morte, um passo a passo deve ser seguido. Você sabe qual é?

Especialistas avaliam que os incidentes causados por serpentes são cada vez mais comuns. Não por acaso, os seres humanos entram em contato com os animais com mais frequência. No dia 8 deste mês, uma jararaca foi resgatada por policiais militares dentro de uma escola particular em Porto Seguro, no extremo sul baiano. A espécie é venenosa e responde por mais da metade dos ataques no estado.

Foram 621 casos entre 1º de janeiro e a última segunda-feira (24). Em todo o mês de março do ano passado, 860 acidentes foram notificados à Sesab. Um óbito foi registrado no primeiro trimestre de 2024. A baixa letalidade é explicada pela espécie mais encontrada no Brasil e na Bahia. O veneno das jararacas não é tão agressivo quanto a de outros tipos, como as cascavéis e surucucus.

“Os contatos estão mais frequentes por uma série de fatores, como desmatamento e queimadas. As pessoas, ao capinar um terreno ou entrar em área de vegetação, encontram os animais e os acidentes acontecem”, explica Jucelino Nery, diretor do Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Bahia (CIATox-BA). Ao tentar se defender, as cobras provocam machucados nos humanos.

Em 2021, foram 23,7 mil acidentes na Bahia, segundo dados do Ministério da Saúde. Dois anos depois, os acidentes com cobras atingiram a marca de 30,6 mil. E tudo indica que o número deve ser ainda maior. “Nem todos os casos chegam às autoridades”, justifica Jucelino Nery.

Em casos graves, as picadas de cobras podem causar paradas cardiorrespiratórias, como explica Artur Gomes Dias, doutor em biologia parasitária e professor da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. “Os venenos das serpentes agem no sistema nervoso. Ao terem ação neurotóxica, eles podem desencadear paradas no coração e pulmão”, explica. Idosos e crianças são os mais sensíveis.

Fui atacado. E agora?

Um idoso de 61 anos foi picado por uma cobra na Avenida Assis Valente, em Cajazeiras, em 2023. Depois do acidente, o homem levou o animal até o Hospital Geral Roberto Santos, onde buscou atendimento. Imagens gravadas no local mostram o idoso deitado na calçada ao lado da serpente.

Levar o animal aos profissionais de saúde não é necessário para os primeiros socorros. O ideal é tirar uma foto da cobra que provocou o acidente, o que ajuda na identificação da espécie. Sabendo o tipo da cobra, o soro de tratamento das picadas dos animais peçonhentos é escolhido.

A agilidade também conta. Quanto menor o tempo entre a picada e o atendimento, menor a chance de sequelas. As vítimas devem procurar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) mais próxima em até seis horas após o contato. A Bahia tem cerca de 230 unidades de referência para ataques de serpentes. Nem todas possuem soro antiofídico.

“Quando uma unidade atende um paciente e não tem o soro específico, é feito o remanejamento. Existe toda uma logística preparada que é monitorada pelo centro de referência, o CIATox”, explica o diretor da unidade. Quatro tipos de soro são utilizados a depender do animal que provocou o machucado: jararacas, cascavéis, surucucus e corais.

Ao ser picado por uma cobra, a vítima deve lavar o local com apenas água e sabão. Não é indicado fazer torniquetes e nem recomendado cortar a ferida ou sugar o veneno. (Correio 24h)


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