Pela primeira vez na história, o município de Ibirapitanga, no sul da Bahia, terá uma represente na disputa do renomado concurso Beleza Negra do Ilê Aiyê. Karielle Souza, de 21 anos, tornou-se pioneira ao levar o nome da cidade às seletivas da 50ª edição do evento, que elegerá a Deusa do Ébano 2025.
A segunda etapa da competição aconteceu nesta terça-feira (7), na sede do Ilê Aiyê, na Senzala do Barro Preto, no bairro do Curuzu, em Salvador. Karielle carrega consigo não apenas a esperança de conquistar o título, mas também a missão de representar a força e o orgulho da mulher negra da sua terra natal. Ela foi acompanhada pelo diretor de Cultura de Ibirapitanga, Jean Carlos Souza.
“É uma honra imensa poder carregar o nome da minha cidade neste evento tão relevante para cultura negra, com toda nossa ancestralidade. Estou muito feliz e agradecida pelo apoio da comunidade e da gestão pública municipal. Quero mostrar a força e a beleza da mulher negra que vêm de Ibirapitanga”, declarou Karielle.
Além de competir, a jovem destaca-se por sua trajetória inspiradora. Mãe solo, capoeirista, trancista e atualmente vestibulanda, Karielle é um exemplo de determinação e resistência, características que se alinham aos valores do Ilê Aiyê, reconhecido como um dos maiores símbolos da valorização da cultura afro-brasileira.
Para Jean Carlos Souza, a participação de Karielle transcende o caráter competitivo. “Ver Karielle representando Ibirapitanga é motivo de muito orgulho. Motiva outras jovens do município, esse é o nosso objetivo. Tornar cada vez mais recorrente as pautas culturais na nossa cidade. Por isso, o Beleza Negra do Ilê Aiyê é mais que um concurso; é um ato de resistência cultural. Karielle carrega nossa história e nossa essência, e estamos todos torcendo por ela”, ressaltou Jean Carlos Souza.
O concurso Beleza Negra do Ilê Aiyê celebra, neste ano, cinco décadas de resistência, ancestralidade e valorização da identidade afro-brasileira. A Deusa do Ébano, título concedido à vencedora, representa um símbolo de luta e inspiração para mulheres negras em todo o país.
“Quero inspirar outras meninas e mulheres negras a acreditarem em seus sonhos. Se eu estou aqui hoje, é porque lutei muito, e sei que muitas outras também podem chegar longe”, destacou Karielle, emocionada. (Pimenta)
