O Auto da Compadecida foi lançado inicialmente em formato de minissérie em quatro episódios na Globo e teve boa repercussão entre público e crítica. Mas foi no cinema, em uma versão condensada de 104 minutos, que a obra se consolidou e firmou sua popularidade. E, mais que isso, resistiu ao tempo. Quem nunca ouviu o bordão “Num sei… só sei que foi assim”, repetido por Chicó diversas vezes? Ou quem nunca, nas redes sociais, se deparou com um meme que faz referência ao filme?
A obra de Ariano Suassuna (1927-2014), lançada originalmente em 1955, passou a fazer parte da cultura brasileira, graças, especialmente, ao carisma de Selton Mello e Matheus Nachtergaele, que interpretam Chicó e João Grilo. Agora, depois de 25 anos de seu lançamento na TV, os personagens estão de volta, naquele que, sem exagero algum, é um dos filmes nacionais mais aguardados de todos os tempos: O Auto da Compadecida 2 chega hoje aos cinemas, com os mesmos atores como protagonistas e a direção do mesmo Guel Arraes, que agora divide a função com Flávia Lacerda, que foi sua assistente na série de TV.
No novo filme, Chicó continua na cidade de Taperoá e está longe do amigo João Grilo, que havia ressuscitado, mas depois sumiu, sem dar notícias nos últimos 20 anos. João ganhou ares de mito, quase um santo e tem até umas imagens dele vendida pelo amigo, que se sustenta como um pequeno comerciante. Mas eis que, de repente, Grilo reaparece em Taperoá e é recebido como uma celebridade.
A popularidade dele desperta o interesse de dois políticos locais, que o querem como cabo eleitoral. João, que continua muito esperto, se aproveita de sua inteligência para pensar em novos golpes que lhe rendam dinheiro e possa ficar finalmente rico como sempre sonhou. Só que nada sai como planejado e ele terá que recorrer à Compadecida novamente. *Ler mais no Correio 24h.