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Dengue: Aumento de casos sorotipo 3 preocupa especialistas; entenda o risco

— Foto: Divulgação

O aumento de casos da dengue sorotipo 3 está preocupando médicos e cientistas. É que a maior parte da população não tem imunidade para esse vírus.

Calor e chuva formam o ambiente ideal para o mosquito. Melhor para ele e pior para gente. Agora, o aedes aegypt voltou a transmitir o vírus que causa a dengue tipo 3.

Como os sorotipos 1 e 2 circulam no país, muitas pessoas já têm imunidade a eles — o que não acontece com o sorotipo 3 da dengue, que circulou no Brasil de 2004 a 2008. Durante 15 anos, ele aparecia de forma esporádica até que, no fim de 2023, ele voltou a circular e, em 2024, surgiu mais espalhado pelo país, o que indica o começo de uma disseminação, explica quem estuda o mosquito.

“A população que teve dengue do tipo 3 foi pequena. Os jovens não tiveram porque eles nasceram depois. Então, a possibilidade de as pessoas não terem imunidade nenhuma e poderem pegar o 3 depois de uma outra, que está circulando entre nós, 1 e 2 é preocupante”, alerta Marcos Boulos, infectologista e professor de medicina da USP.

Em 2024, as autoridades de saúde notificaram 13 amostras de sorotipo 3 no Paraná , em São Paulo e em Minas Gerais.

Um dos laboratórios públicos que confirmaram o ressurgimento se debruça sobre as mudanças sofridas pelo vírus.

“Já existem, nas Américas, pelo menos três grupos diferentes de dengue 3. Quanto mais sorotipos a gente tem circulando, maior a chance de reinfecção pela dengue, e na reinfecção pela dengue você tem maior chance de ter um caso grave”, explica Adriano Abbud, epidemiologista do Instituto Adolfo Lutz.

A pessoa com dengue só cria defesa para o sorotipo que pegou. Ela fica com uma certa proteção para os outros tipos da doença só por seis meses. Uma segunda infecção por outro sorotipo costuma ser mais grave, se acontecer no período que vai de seis meses a três anos, a partir da primeira infecção. É que, durante esse tempo, o nosso sistema imunológico fica em desequilíbrio.

Já se a pessoa ficar doente de novo depois desses três anos, fica protegida contra os dois tipos com que teve contato. A chegada do tipo 3 da dengue aumenta o risco de a população ter mais de um tipo de infecção.

Enquanto isso, o aedes aegypt não para de se adaptar…

“Antes a gente sabia que ele não gostava de centros urbanos, São Paulo era lugar de altitude não aparecia. Hoje, você está com São Paulo cheio de aedes. Todos os lugares têm aedes. Tem possibilidade de infecção em todos os lugares do Brasil hoje”, acrescenta Marcos Boulos. (G1)


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