Três policiais militares acusados de espancar o idoso Francisco Viana de Souza, de 72 anos, durante blitz policial, no município de Santa Maria da Vitória, a 876 km de Salvador, em 2014, foram demitidos quase 10 anos após o crime. A vítima morreu cinco dias após sofrer o espancamento.
A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE), de 16 de março deste ano, mas foi divulgado pela corporação nesta sexta-feira (24).
De acordo com a Polícia Militar, a demissão dos policiais foi decidida após a conclusão de Processo Administrativo Disciplinar (PAD), que apurou as circunstâncias e responsabilidades do fato ocorrido em maio de 2014.
Caso
O idoso agredido por policiais militares morreu no dia 25 de maio de 2014. Em entrevista à TV Oeste, afiliada da TV Bahia, os familiares alegaram que a causa da morte foram os traumas provocados com o espancamento.
Na época, o então coordenador da 26ª Coorpin da cidade, delegado Alexandre Haas, contou que Francisco Viana de Souza tinha problemas psicológicos e teria se alterado em um procedimento de abordagem, quando os policiais tentaram conter sua reação.
O idoso teve o rosto desfigurado e precisou ser levado para o Hospital de Base de Brasília, que fica a 560 quilômetros de Santa Maria da Vitória, onde ficou internado por cinco dias, mas não resistiu.
Segundo dados do atestado de óbito, a morte de Francisco foi causada por politraumatismo, que significa lesões provocadas por forças externas, comprometendo o funcionamento dos órgãos do corpo.
Uma das filhas do idoso, Araílde de Souza, contou que ele estava perto da blitz falando alto e por pensar que Francisco falava com eles, os policiais o algemou e deram pontapés na cabeça e no tórax dele.
Os policiais foram presos logo no mesmo mês em que o idoso foi morto. Em junho, a Justiça decretou a prisão preventiva dos três, que seguiram custodiados no 10º Batalhão de Barreiras.
O g1 questionou a Polícia Militar se os policiais continuam presos e se foram julgados. No entanto, a corporação afirmou que essas informações só poderiam ser passadas pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).
O TJ-BA foi procurado e informou que sem o nome dos policiais, não é possível fazer a busca de informações, sobre a atual situação judicial dos PMs. As identidades dos ex-servidores da PM não foram reveladas pela corporação por causa da Lei de Abuso de Autoridade.